Por Davi Boechat

No apagar das luzes do século 19, discussões sobre a criminalização do trabalho aos domingos chegavam ao Congresso Nacional dos Estados Unidos da América. Legislações estaduais, que já vigoravam na Califórnia, Illinois e Arkansas, eram usadas como referência para o projeto do senador republicano Henry W. Blair. Enquanto sindicatos e organizações religiosas davam amplo apoio à medida, guardadores do sábado temiam as consequências de uma possível promulgação nacional da proposta.

A preocupação dos Adventistas e Batistas do Sétimo Dia era compreensível. Perseguições aos membros das denominações (que juntos somavam aproximadamente 40 mil pessoas no território norte-americano à época) eram frequentes nos estados onde punições eram aplicadas aos que ousavam transgredir a regra, compensando o descanso de sábado trabalhando aos domingos. Presos, muitos condenados sob alegação de “profanar o dia do Senhor” só tiveram liberdade após pagar fianças abusivas.

O questionamento sobre legitimidade de leis dominicais chegou a um plenário pela primeira vez em 1888. Durante sessão que discutia as implicações do projeto de Blair, Alonzo Trévier Jones, apresentou objeções contundentes às leis dominicais. Aspectos históricos, legais e teológicos fizeram parte da explanação, reproduzida em “A Lei Dominical Nacional”. A publicação de tímidas 168 páginas registra um marco histórico do adventismo: o estabelecimento da luta pela liberdade religiosa.

Na obra, Jones desnudou a politicagem, inconsistências lógicas, motivações escusas, ilegitimidade teológica e traços inconstitucionais do projeto de Blair, que acabou derrotado.

O livro contém ainda criticas vorazes aos sindicatos, intervenção do estado na economia e propriedade, além de apresentar os papeis da igreja e estado, dando uma pálida ideia sobre um pensamento político adventista.

Publicado pela Adventist Pionner Library (Em português, Editora dos Pioneiros), “A Lei Dominical Nacional” chegou ao Brasil em fevereiro de 2016. É possível baixar a edição digital gratuitamente ou comprar o impresso pelo site.

Site: http://www.editoradospioneiros.com.br